sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

QUANDO A ANSIEDADE NOS CONSOME



O tema ansiedade tem sido cada vez mais presente em artigos científicos e reportagens da mídia. O que leva essa curiosidade do ser humano em estudá-la? Como desvendar suas implicações em nossa vida cotidiana? Por que todos nos sentimos ansiosos em alguma parte do nosso dia, quando não na maior parte dele?

A ansiedade consiste em uma resposta natural a uma situação que o corpo considera ameaçadora que traz ao organismo uma sensação desagradável de que algo muito ruim está por vir. Junto com essa sensação experimentamos também alguns sintomas físicos como batedeira no peito, dores na nuca, mãos frias, boca seca, inquietação, falta de ar, insônia, dor de barriga... A ansiedade faz com que nosso organismo libere uma série de substâncias químicas (hormônios e neurotransmissores). São essas substâncias as responsáveis pelas sensações desagradáveis que ocorrem durante o período de ansiedade. Embora sejam normais, são percebidas pelos ansiosos de uma forma ameaçadora e incômoda.

Ela nos impele ainda a tomar decisões, definir as medidas necessárias para evitar quaisquer ameaças, ou ainda reduzir as consequências das ameaças. Por exemplo, não querer reprovar o ano faz com que o aluno fique ansioso e estude para a prova. A ansiedade pode ser classificada como normal, leve ou grave, benéfica ou prejudicial, episódica ou persistente, e pode afetar ou não a memória, o humor ou o sono. Todo mundo tem ansiedade, salvo raras exceções, como os psicopatas. O início da solução do problema está em reconhecer quando a ansiedade está presente como uma sensação de "perigo iminente" na maior parte do dia quando muitas vezes esse perigo não existe. A partir de então precisamos saber se esse sintoma tem aparecido a maior parte do dia atrapalhando os afazeres diários de seus portadores deixando-os improdutivos.

Normalmente ela nos adverte para situações corriqueiras como a dor física, ou situações que possam provocá-la. Ela adverte também para possíveis punições ou frustrações (como separação de entes queridos). É natural que tenhamos ansiedade ao atravessar uma avenida perigosa e movimentada onde carros passam em alta velocidade, pois isso nos faz ficar mais alerta e olhar para os dois lados a fim de nos protegermos de um acidente. A questão é quando essa sensação aparece enquanto o indivíduo está em sua casa, no final do dia, e essa percepção de algo ruim está pra acontecer se mantém, mesmo sem nenhum perigo iminente, como se o telefone fosse tocar a qualquer minuto com um noticia ruim do outro lado. Essa é a ansiedade que consideramos como doença.

Temos ainda a ansiedade antecipatória que ocorre quando o indivíduo possui algum evento importante a ser realizado no dia seguinte e fica pensando nele todo tempo. Ou ainda quando existem diversas situações a serem resolvidas, mas não é possível estabelecer prioridades para suas resoluções fazendo com que tudo seja igualmente "imprescindível".

A sensação de estar com os nervos "à flor da pele" é bastante comum na ansiedade. Ela traz ainda dificuldades de concentração e fatigabilidade, porque o portador tende a ficar em estado de alerta por muito tempo e isso cansa.

Quando a ansiedade aparece comprometendo nosso desempenho profissional, social ou amoroso ela deve ser tratada. Se os sintomas estão presentes na maior parte do tempo, nos últimos seis meses, chamamos isso de Transtorno de Ansiedade Generalizada. Mais de 10% da população sofre desse mal, e quanto antes o tratamento farmacológico e terapêutico for instituído antes podemos melhorar a qualidade de vida de seus portadores.

* Dra. Thaís Zélia dos Santos (Médica Psiquiatra, CRM-SP 125.720)


Ter hormônios circulantes é realmente "mágico" kkkkk

Nenhum comentário:

Postar um comentário